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Abr 14






                                                                          &

SOBRE "A SEGUNDA MORTE DE ANNA KARÉNINA"http://oplanetalivro.blogspot.pt/2014/04/a-segunda-morte-de-anna-karenina-de-ana.html









SOBRE O "O REI DO MONTE BRASIL"http://oplanetalivro.blogspot.pt/2012/11/o-meu-texto-sobre-o-rei-do-monte-brasil.html


PRÉMIO URBANO TAVARES RODRIGUES (Prémio Literário de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues, iniciativa conjunta da FENPROF e SECRE)
publicado por oplanetalivro às 06:53


«A Segunda Morte de Anna Karénina»: jogo de máscaras


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=660519


Ana Cristina Silva constrói a sua mais recente obra literária, “A Segunda Morte de Anna Karénina” (Oficina do Livro), apoiando-se num clássico enredo de traição e vingança. A interrogação espalha a sua sombra da primeira à última página. Algumas perguntas terão resposta, outras não.

Violante procura reconciliar-se com o passado. Interroga-se sobre o que seria de si caso não tivesse dado o único filho (Rodrigo) para adopção. O ex-marido procura saber se é pai do filho de Violante, ou se o filho é fruto da traição. Rodrigo encontra a sua resposta perante as interrogações apresentadas pela sua identidade sexual. Eduardo, o amante de Rodrigo, recalca os seus desejos sexuais.
Em todos existe um jogo de máscaras. O jogo entre o real e o irreal e entre a verdade e o fingimento deixa o leitor em suspenso. A relação entre Violante (actriz) e Luís Henrique (actor), seu ex-marido, confunde-se com os papéis por eles representados no teatro. O fingimento é parte integrante do casamento. A veracidade das palavras e dos sentimentos é obscura. A separação entre real e representado é problemática. O já mencionado jogo de máscaras mantém-se na ligação entre Rodrigo e Eduardo, além de nas suas relações com as correspondentes famílias. A Literatura assume, em ambos os casais, um papel fundamental na construção da personalidade.
Violante debate-se com a ausência de qualquer instinto maternal, mesmo a dor é, para ela, inacessível. No funeral do seu filho percebe que “ (…) a cerimónia fúnebre não lhe desperta a mínima comoção. A dor, que lhe parecia iminente antes de ali chegar, é na verdade inalcançável” (pág. 10).
O filho Rodrigo faleceu na Batalha de Lalys (09-29 de Abril de 1918), Primeira Guerra Mundial. Durante o combate nas trincheiras escreve diversas cartas ao seu amante, Eduardo. É através da leitura desses textos que o leitor tem oportunidade de observar a evolução emocional de um homem que se debate com as suas tendências sexuais. Rodrigo, a personagem mais bem construída deste romance, conta ao seu amante o percurso que trilhou até à aceitação e pacificação.
A autora consegue, com sucesso, fazer o paralelismo entre a guerra em França e a guerra social. As provações nas trincheiras reduzem o juízo social ao que realmente é: “O meu amor por ti tinha poder para perturbar o modo de vida burguês em que cresci. Também disso tive medo. Aqui, as consequências são, sem dúvida, menores, tiros e obuses podem tirar-me a vida, mas nunca a reputação de homem honrado” (pág. 42)
Mas Eduardo tem uma perspectiva diferente. Para ele, a homossexualidade baseia-se em “vícios de carácter”, ou defeitos no seu espírito.
O desenvolvimento desta tensão entre os dois e dentro deles próprios é muito bem gerido pela autora. A velocidade da narração potencia o drama, sem cair em sentimentalismos, e permite ao leitor entender a complexidade emocional destes dois personagens. A menor eficiência na gestão dessa mesma velocidade, quando acompanha Violante, leva a crer que a autora se sente mais confortável quando adopta o tom confessional na 1ª pessoa narrativa. No entanto, a homogeneidade da narrativa nunca é posta em causa.
De forma similar a outros livros, a autora opta por diferentes perspectivas na construção do romance. O leitor é entregue à visão de uma 3ª entidade, quando acompanha Violante, mas tem a possibilidade de interpretar, através do discurso directo, a comunicação epistolar entre Rodrigo e Eduardo.
A estrutura é mais conservadora neste livro do que no anterior, “O Rei do Monte Brasil”. Há dois fluxos narrativos diferentes, intercalados, em “A Segunda Morte de Anna Karénina”. O drama de Rodrigo é paralelo, mas não independente, ao de Violante, sua mãe.
A sombra de “Anna Karénina” pousa sobre o livro de Ana Cristina Silva. A intertextualidade entre a obra de Tolstoi e a da autora portuguesa é logo declarada no título. As personagens da escritora portuguesa partilham características com Vronski, Lévine, Kitty e Anna: A oposição entre amor carnal e físico, aproveitamento e sacrifício, vida e morte, o comportamento social e o individual.
Ana Cristina Silva- autora de “Cartas Vermelhas” (2011), livro seleccionado como Livro do Ano pelo jornal Expresso e finalista do Prémio Literário Fernando Namora, e de “O Rei do Monte Brasil” (2012), finalista do Prémio SPA/RTP e vencedor do Prémio Urbano Tavares Rodrigues 2013, tem conquistado, gradualmente, leitores e críticos.
“A Segunda Morte de Anna Karénina”, seu décimo romance, é mais uma etapa na consolidação da sua presença na Literatura Portuguesa.
publicado por oplanetalivro às 06:47

08
Out 13

O meu texto sobre "A SEGUNDA MORTE DE ANNA KARÉNINA", de ANA CRISTINA SILVA (Diário Digital)

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=660519





publicado por oplanetalivro às 16:03

05
Out 13
ANA CRISTINA SILVA ganha o PRÉMIO URBANO TAVARES RODRIGUES (Prémio Literário de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues, iniciativa conjunta da FENPROF e SECRE) com o romance "O REI DO MONTE BRASIL". 

O prémio criado em 2013 é entregue pela primeira vez. ANA CRISTINA SILVA é a primeira premiada.
Parabéns à autora.

O texto já havia sido publicado em PLANETALIVRO:


Http://oplanetalivro.blogspot.pt/2012/11/o-meu-texto-sobre-o-rei-do-monte-brasil.html





publicado por oplanetalivro às 22:17

17
Nov 12

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=601306

«O Rei do Monte Brasil», nono romance de Ana Cristina Silva, é o sucessor de «Cartas Vermelhas», obra nomeada para o «Prémio Fernando Namora». A edição é da Oficina do Livro.


A linguagem tem sido explorada pela autora, como matéria-prima, em diversas áreas. A sua produção científica, contextualizada pela profissão de docente universitária no ISPA na área de aquisições precoces da linguagem escrita, ortografia e produção textual, tem evoluído a par com a escrita de ficção.
Ao nono romance, a escritora apresenta visível coerência temática. Dos oito romances anteriores, destaque-se «A Mulher Transparente» pela diferente contextualização. Todos os outros romances, incluindo «O Rei do Monte Brasil», abordam diferentes épocas e figuras da História de Portugal. A guerra colonial está presente em «Meia-Luz», Florbela Espanca é a figura central de «Bela» e Mariana Alcoforado de «Mariana, todas as cartas». A ficção aborda o século XVI nos romances «As Fogueiras da Inquisição» e «A Dama Negra da Ilha dos Escravos». Al-Mu`tamid é o eixo de «Crónica do Rei-poeta Al-Mu`tamid» e, em «Cartas Vermelhas», a abordagem volta ser mais política, pois a história coloca-nos na sociedade portuguesa sob o antigo regime.

Neste seu último romance, o leitor tem a possibilidade de participar no histórico confronto entre Portugal, potência colonizadora, e Moçambique, antiga Colónia.
«O Rei do Monte Brasil» é um livro sobre confrontos. Mouzinho de Albuquerque e Gungunhana representam, além das respectivas figuras históricas, dois lados opostos que se combatem. Eles são as civilizações que não se entendem, as crenças que não se toleram, os egos que não se suportam.
No entanto, a incompatibilidade de egos deve-se, essencialmente, à partilha de características que os levará a perder o que os sustenta: poder.
O ego, tanto de Mouzinho como de Gungunhana, é a principal razão da queda de ambos. Mouzinho enfrenta as chefias e paga um preço muito alto; Gungunhana refugia-se no álcool, devido à perda das pessoas que mais amava, e toma decisões baseadas na soberba. O declínio é mútuo e paralelo.

Os rostos dos mortos, o sangue e a violência nunca deixaram de estar presentes na vida e na memória do militar português e do chefe dos Vátuas.

São dois homens construídos de passado que não conseguem aceitar a condição que têm na actualidade em que vivem e contam as suas histórias. Com as suas palavras, pensamentos e actos vêm as sombras de acções praticadas num pretérito que não se conjuga com o momento presente. Eles não aceitam a história.

No fim, de uma forma ou de outra, a decadência, a efemeridade do poder e a morte acabam por uni-los.

A autora optou por uma narração polifónica, entregando a dinâmica da narrativa a um jogo de poder entre as vozes, intercaladas, dos dois personagens principais. A pluralidade de vozes permite a avaliação de determinado acontecimento por vários prismas. Além de ter optado por um «eu» narrativo, permitindo aprofundar as características psicológicas de cada um, a autora escolheu uma terceira pessoa indefinida para mostrar ao leitor a ascensão e queda do chefe dos Vátuas.
Ana Cristina Silva escreveu uma obra onde procura aprofundar as características psicológicas das personagens e desenvolver, em simultâneo, a narrativa de forma a abranger um período importante da História de Portugal e de Gungunhana, em particular.
«O Rei do Monte Brasil» é uma peça importante na já significativa obra de Ana Cristina Silva.
publicado por oplanetalivro às 21:29

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