" A maior parte das teorias da leitura sublinha ou privilegia um ou outro dos referidos aspectos desta actividade bifacetada. As teorias reaccionárias dão maior ênfase à face voltada para o passado. Tendem a procurar a verdade ou intenção original como protocolo de leitura supremo, sendo esta a mais positiva e imutável possível. As teorias radicais elegem a face virada para o futuro, insistindo na liberdade e na criatividade do leitor, em conjunto com a mutabilidade dos significados em geral"
Robert Scholes "Protocolos de Leitura"
É neste jogo de influências que o autor e o leitor se inserem. Na mão direita, a leitura dos clássicos impõe-se; na mão sinistra, o autor tenta libertar-se e inovar, chocar, rasgar o que foi feito. Podemos falar em ansiedade da influência, podemos abordar o conceito de "autor forte", mas o que realmente deve ser aprofundado é a necessidade de ruptura, de inovação inerente à plasticidade da língua e ao próprio sistema literário.
MR